Rivellino vê ‘safra horrível' e critica a CBF

Ex-jogador lamentou a qualidade dos atuais jogadores brasileiros e disparou contra a CBF: 'A Seleção está sendo vendida'
Rivellino está desiludido com a seleção brasileira / Yuri Galli/band.com.br
Rivellino está desiludido com a seleção brasileira
Uma das estrelas da histórica seleção brasileira que conquistou o tricampeonato mundial em 1970, Rivellino está muito frustrado com o time de Mano Menezes - e com a forma como a CBF administra a Seleção. Durante o evento Samsung-Chelsea FC Youth Football Camp, realizado nesta segunda-feira, no Clube Paineiras do Morumby, o ex-jogador lamentou a qualidade atual dos jogadores brasileiros e fez duras críticas aos cartolas.
 “A Seleção está desacreditada, não só aqui como no mundo inteiro. Olha a despencada que deu no ranking da Fifa, é o 14º. Infelizmente, a safra é horrível. O Mano não está convocando errado, não tem mais opções. Hoje não sobra ninguém. O torcedor está desacreditado. O time não vem apresentando nada. As vaias não são só para o Neymar, são para geral. O que pode acontecer numa copa se continuar assim?”, disse, ressaltando que a Copa das Confederações de 2013 é uma de suas últimas esperanças para o sucesso da Seleção. 
 “O Brasil tem dois jogadores diferenciados hoje, o Neymar e o Thiago Silva. Os outros são todos iguais. O Brasil não tem meio de campo formado, que é a parte mais importante de uma equipe. Eles ainda estão se encontrado. Mas tem aí a Copa das Confederações para o Mano montar um time”, acrescentou. 
 Sobre a CBF, Rivellino disparou contra a marcação dos próximos amistosos da Seleção, diante de Iraque e Japão. Para ele, jogar contra times muito mais fracos não ajuda em nada na preparação para o Mundial. O ex-jogador não quis falar com exatas palavras, mas deu a entender que os dirigentes fazem isso exclusivamente por motivos comerciais. 
 “Vamos jogar contra o Iraque e o Japão, o que vai somar? A Seleção está sendo vendida, quantos jogos têm na Inglaterra? Alguma coisa tem por trás...”, afirmou. 

‘Deviam honrar a camisa’

Toda a exposição e fama que os jogadores possuem hoje em dia, muito diferente do que acontecia nos tempos de Rivellino, também foi alvo de críticas do ex-jogador. Ele lembrou que, em um amistoso contra a Suécia em agosto, os atletas da Seleção desistiram de entrar em campo com a camisa comemorativa que havia sido feita especialmente para aquele jogo, para marcar a despedida do Estádio Rassunda, onde o Brasil conquistou em 1958 seu primeiro título mundial. Na ocasião, os jogadores alegaram que a camisa era muito pesada. Para Rivellino, não se pode ter tanta vaidade assim. 
 “Eles deviam honrar uma camisa daquela, a historia começou ali. Não quiseram jogar, atrapalhava... Não marcava os músculos como as camisetas de hoje fazem, podia atrapalhar para arrumar o cabelo...”, ironizou, aos risos. 
 Rivellino foi uma das estrelas no Samsung-Chelsea FC Youth Football Camp, realizado na manhã desta segunda-feira. Em uma conversa sobre futebol, ele esteve presente ao lado de Muricy Ramalho, Raí, Belletti e Djalminha. O evento começou no sábado e terminou nesta segunda-feira. Meninos e meninas tiveram a oportunidade de treinar com técnicos das divisões de base do Chelsea, como uma espécie de divulgação do clube inglês no Brasil.