Juiz relata racismo no Gaúcho, e vítima ainda é atacada por cachorro
Mais um caso de racismo no futebol veio à tona nesta quinta-feira, a partir da súmula do jogo entre Novo Hamburgo e Caxias, realizado no domingo passado, e válido pela quarta rodada do returno do Campeonato Gaúcho. De acordo com o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima, a torcida do Novo Hamburgo, que jogava em casa, ofendeu "ostensivamente" o atacante Vanderlei chamando-o de "macaco".

O jogo era a reedição da final do primeiro turno da competição, vencida pelo Caxias, nos pênaltis, fora de casa, e a torcida não poupou Vanderlei, autor do gol da equipe grená no empate em 1 a 1 na decisão.

"Sempre que o atleta do Caxias Vanderlei Francisco tomava posse da bola, um grupo de torcedores do Novo Hamburgo passava a chamá-lo de macaco ostensivamente e intensamente. Foi solicitado que a Brigada Militar tomasse as providências necessárias para coibir o ato", diz o texto da súmula.

Esta não foi, porém, a única confusão do jogo. Aos 33 minutos, o árbitro anulou um gol do Novo Hamburgo, voltou atrás, validou, e causou a revolta dos jogadores do Caxias, que foram para cima do bandeirinha responsável pela reviravolta. A Polícia precisou intervir e um cachorro da corporação mordeu o mesmo Vanderlei, que precisou ser atendido pelos médicos, mas acabou voltando a campo.

Na confusão, um policial militar também alega ter sido agredido pelo zagueiro Rafael, do Caxias, pelo que registrou boletim de ocorrência contra o jogador. Além disso, um dirigente do Caxias saiu do vestiário, invadiu a área técnica, sem ser identificado, e ofendeu o trio de arbitragem.