"Vamos profissionalizar o Marcílio Dias", diz o novo presidente do clube

Marlon Bendini assume comando do Marinheiro pela quarta vez prometendo construção de CT



"Vamos profissionalizar o Marcílio Dias", diz o novo presidente do clube Marcos Porto/Agencia RBS
Bendini também afirma que haverá investimento nas categorias de base Foto: Marcos Porto / Agencia RBS
 
Victor Pereira
Eleito pela quarta vez para a presidência do Marcílio Dias, depois de passagens em 1996, 2000 e 2006, Marlon Bendini toma posse no próximo dia 15 de novembro. O mandato vai até 14 de novembro de 2014 e a nova administração assume com um objetivo claro: reconduzir o Marinheiro à elite do futebol catarinense.

Tranquilo após a eleição em que derrotou Luiz Antônio Alves por 296 votos a 257 (a terceira chapa concorrente, de Alexandre Angioletti, renunciou à candidatura pouco antes da votação), Marlon conversou com a reportagem de O Sol Diário no Estádio Hercílio Luz, onde falou sobre a vitória nas urnas, a situação financeira do clube e os planos para a construção de um Centro de Treinamento no ano que vem. Confira a entrevista:

A vitória na eleição no Marcílio Dias foi por diferença de apenas 39 votos. A desistência na última hora de Alexandre Angioletti, que acabou apoiando Luiz Antônio Alves, foi uma surpresa?
Marlon Bendini
-
A posição do Angioletti não surpreendeu, nós esperávamos que isso ia ocorrer e sabíamos que ele estava junto com o Luiz Antônio. Foi mais uma estratégia política para a eleição de 2012, que foi a mais disputada dos últimos anos. Estou há 20 anos no clube e nesse período nunca houve duas chapas concorrendo antes. Vamos lutar por um conselho forte: o Marcílio pode ter oposição, mas uma oposição sadia, não a que o presidente Abelardo Lunardelli sofreu aqui dentro, que era de negativismo e com um tipo de cobrança que não trazia nada de bom para o clube.

É a quarta vez que você chega à presidência do clube. Já tem algum foco definido para esta gestão?

Bendini -
Com todas as experiências certas e erradas que passamos em gestões anteriores, pretendo fazer uma boa administração nos próximos dois anos. Além de retornar à primeira divisão do Campeonato Catarinense, queremos construir um Centro de Treinamentos e trabalhar melhor a nossa categoria de base. Já temos uma equipe programada para trabalhar em cima do CT e já conversamos com a prefeitura de Itajaí. Até o final de 2013 vamos ter pelo menos dois campos para treinos, que serão construídos ou na região da Itaipava ou perto do Clube Natalense, no Bairro Espinheiros. A obra será feita pelo clube com uma contrapartida do poder público municipal. A compra do terreno e a construção do CT tem valor estimado entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.

Como está a atual situação financeira do clube?

Bendini
-
Ela está saneada. O Abelardo está deixando todas as contas mais ou menos zeradas e estamos fazendo as rescisões trabalhistas antigas, que sempre foram um problema para o Marcílio. A expectativa é que até o fim de outubro elas estejam todas encerradas. Agora vamos correr atrás de patrocinadores e vamos montar a equipe de marketing, dando continuidade ao trabalho que já tinha começado. Queremos angariar mais sócios e mais apoio na cidade e na região para que o Marcílio Dias tenha sua vida própria quando se fala em finanças.

Qual o tamanho do prejuízo com a queda para a segunda divisão no Campeonato Catarinense?Bendini - O prejuízo financeiro e psicológico é muito grande, principalmente para o torcedor. Se você não aparece na mídia, perde patrocínio, e a primeira divisão do Catarinense é um campeonato muito visado, que gera lucros e dividendos. Nossa primeira e maior meta para este próximo ano é voltar à elite do futebol estadual. Pela posição geográfica, condições socioeconômicas da região, história e idade do clube, é injusto o Marcílio estar na segunda divisão. Vamos tentar reverter esse quadro o mais rápido possível.

O planejamento para esse retorno à primeira divisão já está sendo feito?Bendini - O trabalho começou na Copa Santa Catarina. A base do time é a mesma que chegou a ser montada para a Série D do Brasileiro. O objetivo na Copinha é brigar pelo título para conseguir a vaga, já que não vamos ter o Catarinense para conseguir essa classificação. O Marcílio só tem essa chance de garantir lugar na quarta divisão nacional e conseguir calendário para todo o ano que vem. Para a segunda divisão catarinense, ainda não sabemos quando ela vai começar e por isso temos as mãos atadas para planejar melhor nesse momento. O Agenor vai sair no fim do ano. Ele irá treinar o São José (RS) no Gaúcho de 2013. Depois volta para comandar o Marcílio na Segundona.

O Marcílio Dias tem quase 100 anos de vida (fundado em 1919). O que falta para o clube se firmar de vez no cenário do futebol estadual?Bendini - O clube é antigo e por isso vamos profissionalizar o Marcílio Dias, principalmente o departamento de futebol. Só com um departamento profissional forte, claro que com base na parte administrativa, você consegue montar e manter uma equipe. O Marcílio não tem um padrão, cada presidente pensa de uma maneira e queremos acabar com essa forma de ver as coisas. O clube precisa ter uma continuidade, ele não pode ser dividido em duas alas. Quando termina a eleição, quem gosta do Marcílio precisa se unir e pensar no clube. A partir do momento que existir esse profissionalismo atuante no futebol, acredito que isso não ocorra mais.