Justiça manda Milton Neves indenizar ex-jogador de futsal
O jornalista Milton Neves e a Rede Record foram condenados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a indenizar em R$ 20 mil o ex-jogador de futebol e futsal Sérgio Cshapiro por dizer - erradamente -que o atleta havia agredido um árbitro alemão de futebol.Durante a Copa do Mundo da Alemanha em 2006, Milton Neves disse em seu programa, à época transmitido pela TV Record, temer que o árbitro escalado para apitar o jogo entre Brasil x Austrália, Markus Merk, pudesse ser influenciado negativamente por ter sido agredido por brasileiros no passado.
Nas “Macabíadas” - jogos poliesportivos realizados em Israel com atletas judeus ou seus descendentes – de 1993, dois brasileiros agrediram o árbitro alemão Markus Merk durante uma partida contra o México, fato que resultou na eliminação do Brasil no torneio.
Nos autos do processo, Milton Neves “reconheceu o equívoco e afirmou que ‘por deslize, mencionou os nomes que eram mais 'vivos' em sua memória’”, dentre eles o de Cshapiro.
O ex-atleta disse que, por conta dos comentários, passou muitos contrangimentos, perdeu o emprego, e viu sua filha ser alvo de chacotas. Cshapiro pedia 300 salários mínimos de indenização. Em primeira instância, o juiz determinou que o valor deveria ser de R$ 50 mil e, na segunda instância, ocorrida na última quarta-feira, o valor foi reduzido para R$ 20 mil. O jornalista manifestou-se por meio de nota:
“Parabéns ao Serginho Cshapiro por essa vitória por enquanto em decisão parcialmente procedente. Mal me lembrava, mas foi um engano de nome citado ainda na Rede Record em 2006. Realmente dois membros da seleção brasileira Macabi bateram no arbitro Mark Melk da Alemanha num Brasil x México em Jerusalém, em 1993”.
“E quando esse árbitro foi apitar jogo do Brasil na Copa de 2006, lembrei do fato, mas citei erradamente Serginho e Fabinho Vassertein, meus amigos, e Fabinho sempre deu risada do fato. Já Serginho, de família de amigos desde 85, como ele era também, alegou que perdeu o emprego na Hebraica devido ao meu equívoco. O presidente da Hebraica desmentiu isso em juízo e disse que a demissão dele foi por problemas funcionais do então professor Sérgio Cshapiro no clube”.
“Mas o TJ viu diferente e nada a opor. Um dia ele vai receber esses seus R$10 mil. Talvez eu vá liquidar isso rapidinho. E comigo é assim: Juiz decidiu, está decidido! E bola prá frente. Detalhe: a Rede Record, sempre correta comigo, não tem culpa nenhuma no episódio”, finalizou.
Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Cshapiro preferiu não se manifestar. Ainda cabe recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).