Punição a Ronaldinho aquece debate sobre limites da atuação do STJD; Anaf vê interferência

Punição a Ronaldinho levantou polêmica sobre interferência do STJD na arbitragem
Punição a Ronaldinho levantou polêmica sobre interferência do STJD na arbitragem

A suspensão de Ronaldinho Gaúcho, do Atlético-MG, por um jogo, em lance em que o árbitro Héber Roberto Lopes, absolvido no mesmo julgamento, nem marcou falta, levantou discussão sobre a independência da arbitragem do futebol brasileiro e o limite da atuação do Superior Tribuinal de Justiça Desportiva. A Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) considerou que o STJD interferiu na arbitragem de Heber Roberto Lopes, ao aplicar punição a Ronaldinho Gaúcho, na última terça-feira, por jogada violenta contra o atacante Kléber, do Grêmio.
“Acho que podemos considerar que ocorreu uma pequena interferência, já que o Héber não considerou agressão do jogador e o STJD aplicou uma punição”, afirmou o vice-presidente da Anaf, José Pessi, que demonstrou, no entanto, preocupação em evitar polemizar. “O STJD tem adotado como prática julgar estes casos, então é algo rotineiro”, acrescentou.
Durante o empate entre Atlético-MG e Grêmio, o árbitro considerou normal a disputa de bola entre os dois atletas e não marcou falta, mandando o jogo seguir. A Procuradoria do STJD, no entanto, com base em imagem de televisão ofereceu denúncia contra o jogador atleticano e também contra o árbitro da partida.
Ronaldinho Gaúcho foi punido, na última terça-feira, a um jogo de suspensão, pelo STJD, por acertar com pé o peito o atacante Kléber, na partida entre Atlético e Grêmio. No lance, que aconteceu no último dia 23, o juiz Heber Roberto Lopes não marcou sequer falta do jogador.
Por não marcar falta e não relatar o lance na súmula do jogo, Heber Roberto Lopes também foi julgado, porém, o STJD considerou que o juiz aplicou a regra e foi prejudicado em sua visão no lance. Por isso, ele foi absolvido, enquanto Ronaldinho foi punido.
O procurador do STJD Paulo Schimitt, por sua vez, afirmou que a participação do órgão no julgamento de Ronaldinho Gaúcho foi normal e não houve interferência na partida. “É uma situação absolutamente normal. Temos que cuidar das ações disciplinares. O árbitro aplica as regras do jogo. Não houve interferência que não seja de competência do STJD”, afirmou.