Com estilo similar ao de Tite, técnico do Chelsea não se preocupa em acompanhar o Corinthians Roberto Di Matteo, técnico do Chelsea, dá entrevista coletiva no centro de treinamento do Chelsea
“Corinthians?”. O técnico do Chelsea, ítalo-suíço Roberto Di Matteo, fez cara de surpresa quando foi questionado pela reportagem do UOL sobre o rival no Mundial de Clubes em dezembro próximo.
Foi preciso explicar que aquele era nome do representante sul-americano na competição no Japão para Di Matteo se lembrar que vira antes de sair de férias lances da final da Libertadores contra os argentinos do Boca Juniors.
“Nossa. Mas esse jogo é muito mais para frente. Tenho agora que me preocupar o Manchester City”, saiu-se diplomaticamente na primeira entrevista coletiva desta sexta, a primeira da temporada 2012/2013, marcada para as vésperas da partida contra o atual campeão inglês.
Di Matteo parece que assistiu mais aos jogos do Internacional-RS do que os do Corinthians ultimamente. Afinal, ele afirmou que foi sua a indicação do meio-campista Oscar para o bilionário time azul da capital londrina.
“Vi alguns trechos da atuação do Oscar no time olímpico do Brasil, mas a contratação foi decidida com observações anteriores. Ele vai dar qualidade e equilíbrio que precisamos”, elogiou o técnico do Chelsea.
Perguntado sobre as ambições do time na temporada, ele mostrou qual é seu foco. “A ideia é chegar em abril/maio de 2013 e estar na disputa dos principais torneios. E ganhar, claro”, afirmou. Ou seja, como todo clube europeu, o Chelsea está olhando as competições nacionais e continentais que a excursão pelo Japão no final de 2012.
Chelsea e Corinthians têm algumas similaridades. Os dois clubes tem grandes torcidas, tradição e títulos, mas faltava um título continental para não ficar em inferioridade com seus adversários locais. Esse troféu veio em 2012 para o clube.
Ambos times usaram táticas eficientes para superar rivais com mais projeção no caminho para o sucesso. O Chelsea jogou recuado para superar Barcelona e Bayern de Munique e levar a Liga dos Campeões da Europa. Já o Corinthians mostrou um jogo consistente para bater o Santos do habilidoso Neymar e o Boca do cerebral Riquelme.
“Todos os times gostariam de jogar como o Barcelona, mas ninguém consegue. Só há um Messi no mundo. Nós fizemos nossa estratégia e funcionou. Na próxima temporada, podemos dar show, mas não sei se em toda partida. O futebol é competitivo e difícil”, argumenta Di Matteo.
Nisso ele é parecido como seu colega Tite: defende um futebol de resultado, com grandes precauções defensivas . Os dois obtiveram resultado e parecem blindados das críticas por esses dias.
Como o treinador corintiano, Di Matteo prefere esquivar as perguntas mais difíceis, principalmente quando os jornalistas querem fazer alguma polêmica. “Não opino sobre os jogadores, o técnico e a tática dos rivais. Vocês têm que perguntar para eles” é sua resposta padrão para escapar de arapucas dos repórteres.
Tite também adota essa posição de retaguarda com a célebre frase quando é pressionado:
“Sei que seu interesse é jornalístico, mas me reservo o direito de não te responder”.
Agora, o time e os torcedores corintianos sabem muito bem a dimensão do Chelsea, que semana atrás semana está na programação dos canais esportivos no Brasil.
A recíproca, porém, não é verdadeira. Além do técnico, poucos fanáticos pelo time azul têm conhecimento da equipe alvinegra de São Paulo.
Na porta do centro de treinamento em Surrey (ao sul de Londres), uma dúzia de torcedores esperava sob o sol de 32 graus os jogadores saírem com seus carrões, atrás de uma foto e um autógrafo.
Perguntados sobre que rival o Chelsea teria no Mundial Interclubes, ninguém sabia o nome. Bill Yang, um adolescente de Hong Kong que está de férias em Londres, chutou e errou: “É o Santos, do Neymar. É. Eu tenho certeza.” O Corinthians tem a chance de ficar na memória do Chelsea e seus torcedores, mas tudo depende do que acontecer daqui a quatro meses.