O primeiro ano do Palmeiras após a aposentadoria de Marcos se tornou uma pressão tão grande para seus sucessores que Deola foi emprestado ao Vitória, Bruno foi contestado mesmo sendo...
Agência Estado
Fernando Prass recebe livro das mãos de Roberto Frizzo
"No Coritiba, desde a conquista do Brasileiro de 1985 um goleiro não jogava duas temporadas seguidas, e eu joguei quatro. No Vasco, desde quando o Fábio saiu (em 2004), tinham jogado 17 goleiros, e fiz quase 150 jogos em quatro anos", apontou o novo camisa 25 do Verdão, que tem 34 anos e inicia a passagem por seu sétimo clube na carreira. Sem medo de ‘fantasmas’.
"Não quero substituir ninguém. O Marcos encerrou uma carreira brilhante, a comparação acontecerá por muitos anos com qualquer goleiro. Quem está aqui, vai ter que saber lidar muito bem com isso. E só quero fazer o meu trabalho e corresponder às expectativas", discursou.
Mesmo dizendo que não se sente exemplo para ninguém ao aceitar o desafio de jogar a Série B pelo Verdão, Prass espera ficar marcado no clube. "Não vou substituir o Marcos em lugar algum, nem em campo nem fora. Ele tem um lugar na história do Palmeiras, marcado para sempre. Eu vou procurar o meu lugar. Só não sei qual vai ser, depende do meu trabalho", falou, tão disposto quanto consciente de sua tarefa.
"Cada clube tem sua peculiaridade e oferece desafios. Quem escolhe a posição de goleiro sabe disso, por ser uma responsabilidade muito maior do que qualquer outra posição, sem o direito de errar. Independentemente de quem foram os goleiros que fizeram história, tenho uma responsabilidade muito grande porque estou em um clube grande. Naturalmente, vem a cobrança", constatou.
Um dos desafios no Palmeiras é provar que valeu a pena a diretoria abrir mão de sua elogiada e tradicional "escola de goleiros". Prass é o primeiro da posição a ser contratado pelo clube desde 1994, quando o paraguaio Gato Fernández chegou e terminou o ano na reserva de Velloso. Nestes 18 anos, 11 atletas defenderam a meta alviverde e não só Marcos, mas Velloso e Sérgio viraram ídolos, além de Diego Cavalieri ter deixado saudade.
Mas Prass, ao menos, chega elogiado por Marcos, embora o campeão da Libertadores de 1999 sustente seu apoio a Bruno. "É difícil ouvirmos pessoas com opiniões corretas sobre goleiros, falta um pouco de coerência dos que nos analisam e não são goleiros. Vindo de uma pessoa que jogou tanto tempo na minha posição, nada melhor para mim do que chegar com aval positivo de quem tem direito e know-how para falar", agradeceu o ex-goleiro do Vasco.
Aos 34 anos e com o título da Série B de 2009 no currículo, o recém-contratado ressalta sua experiência para prever sucesso nos três anos de contrato com o Palmeiras. "Sempre penso que tenho que ser o melhor no dia de amanhã, que o melhor está por vir. Além da parte física boa para jogar até certa idade, tenho uma cabeça muito boa. E goleiro é muita transpiração, é necessária disposição para trabalhar. Até hoje não tenho sentido o peso da idade negativamente, só benefícios. Sou hoje muito mais consistente do que com 20, 21 anos", garantiu.