Cristóvão Borges disse que a tolerância é menor com os treinadores negros
Ex-técnico nega racismo no Vasco, mas alega 'tolerância diferente' e aconselha Neymar
Ainda sem treinar outro clube desde a passagem pelo Vasco, Cristóvão Borges disse não acreditar que tenha sofrido preconceito racial no Cruzmaltino. Desempregado desde setembro do ano passado, o treinador afirmou ao canal Fox Sports, no entanto, enxergar uma tolerância menor com treinadores negros no futebol brasileiro.O principal defensor da teoria do racismo em relação aos técnicos de futebol é Andrade, ex-jogador e comandante do Flamengo na conquista do título brasileiro de 2009. O treinador, que depois do Rubro-negro não voltou a trabalhar em grandes clubes do Brasil, acusa os dirigentes de não confiarem em sua competência por conta da cor negra. Já Cristóvão vê de forma diferente a situação,“Não sofri preconceito no Vasco. Mas, como negro, percebo que em determinados momentos a tolerância era diferente. Não no Vasco, mas nos clubes em geral”, disse Cristóvão Borges.
Diferentemente de Andrade, Cristóvão revelou ter recebido propostas de grandes clubes após sua saída do Vasco. O treinador disse ter recusado algumas por escolha própria, como a do Palmeiras, no fim do ano passado, por exemplo. A situação crítica dos paulistas à época (a equipe lutava contra o rebaixamento), no entanto, pesou na decisão,Recebi algumas propostas. Fui procurado pelo Palmeiras, mas era algo incoerente para mim. Havia saído do Vasco há poucos dias. Havia uma dificuldade muito grande lá no Palmeiras também”, disse Cristóvão, que disse estar parado para reciclagem no momento. “Tive um tempo pra refletir, foi uma experiência enriquecedora. Decidi que o inicio de temporada o trabalho não dá certeza. Preferi dar uma parada para estudar futebol”, completou.
O treinador também deu sua opinião sobre a superexposição do atacante Neymar. Cristóvão disse discordar das críticas ao comportamento extra-campo da maior estrela do futebol brasileiro, mas pediu equilíbrio ao jogador.
“É uma outra geração. Ele é jovem. Na nossa juventude não tinha nem internet. Hoje, eles são dessa forma. Quando passa do ponto, ele tem que ser repreendido. Em alguns momentos passou do ponto, como naquele episódio do Dorival Junior”, disse. “Ele é notícia sobre tudo, tem que saber se portar diante disso para não se prejudicar e não atrapalhar sua evolução”, encerrou