CNBB repudia capa com Neymar crucificado

Entidade emite nota manifestando 'profunda indignação' com capa, onde o craque aparece pregado em cruz, em referência a Jesus Cristo
Capa da Placar com Neymar crucificado / Reprodução
Capa da Placar com Neymar crucificado Reprodução A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou nota nesta sexta-feira em que expressa reprovação pelo uso da imagem de Neymar crucificado, na capa da revista Placar, em uma referência a Jesus Cristo. A entidade católica manifestou “profunda indignação” com a montagem e diz que, apesar de reconhecer a “liberdade de expressão”, vê no ato “um recurso editorial com mera finalidade comercial”.
Em reportagem de capa, a revista defende Neymar da fama de “cai cai” e que afirma que o craque virou “bode expiatório” no futebol.
A nota da CNBB cita os protestos pelo mundo contra um filme anti-islâmico e charges do profeta Maomé para apontar o que a entidade chama de insensibilidade da publicação.

Confira a nota na íntegra:

“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, manifesta profunda indignação diante da publicação de uma fotomontagem que compõe a capa de uma revista esportiva na qual se vê a imagem de Jesus Cristo crucificado com o rosto de um jogador de futebol.
Reconhecemos a liberdade de expressão como princípio fundamental do estado e da convivência democrática, entretanto, que há limites objetivos no seu exercício. A ridicularização da fé e o desdém pelo sentimento religioso do povo por meio do uso desrespeitoso da imagem da pessoa de Jesus Cristo sugerem a manipulação e instrumentalização de um recurso editorial com mera finalidade comercial.
A publicação demonstrou-se, no mínimo, insensível ao recente quadro mundial de deplorável violência causado por uso inadequado de figuras religiosas, prestando, assim, um grave desserviço à consolidação da convivência respeitosa entre grupos de diferentes crenças.
A fotomontagem usa de forma explícita a imagem de Jesus Cristo crucificado, mesmo que o diretor da publicação tenha se pronunciado negando esse fato tão evidente, e isso se constitui numa clara falta de respeito que ofende o que existe de mais sagrado pelos cristãos e atualiza, de maneira perigosa, o já conhecido recurso de atrair a atenção por meio da provocação.

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB”