O Fenômeno e o Falcão


Que Ronaldo, embora aparentemente disposto a virar pauteiro, não entenda qual seja a função da imprensa é compreensível.
Ele prefere que não se publique que a Copa do Mundo, prometida como a Copa do capital privado, se transformou na Copa do dinheiro público, inclusive, e principalmente, na construção dos 12 estádios que a sediarão. Dos 12!
O Fenômeno quer também que não se noticie que boa parte do legado previsto em infra-estrutura e mobilidade urbana já foi cancelada.
Certamente deseja, ainda, que os relatórios do TCU permaneçam em sigilo.
Difícil mesmo é explicar por que o deputado Rui Falcão, presidente do PT, bate na mesma tecla, ao dizer que as denúncias da imprensa contra a classe política nos aproxima, como país, do nazismo.
Ele não pensava assim quando os jornais denunciavam outros partidos no poder e Lula dizia que havia 300 picaretas no Congresso Nacional.
Porque Falcão é também jornalista, e até dirigiu, entre 1977, em plena ditadura, e 1988, a redação da revista “Exame”, baluarte do capitalismo.
Que há muito a se discutir sobre o papel da imprensa no Brasil democratizado está mais que óbvio.
Mas, devagar com andor.
Porque se pimenta nos olhos dos outros é refresco, imprensa é oposição.
O resto é armazém de secos e molhados, como ensinou Millôr Fernandes