Europa vê domínio de brasileiros em "invasão" recorde de jogadores estrangeiros

    
Do UOL, em Londres David Luiz e Ramires fazem parte da 'legião' de brasileiros em ação no futebol europeu

Apesar de a crise financeira que abalou a zona do euro nos últimos dois anos, o futebol europeu viu o número de jogadores estrangeiros em seus clubes aumentar para um nível recorde. Segundo um relatório divulgado hoje pelo Observatório do Futebol do CIES, grupo de estudos baseado na Suíça, a proporção de jogadores "importados" atingiu 36,1% nos clubes da primeira divisão de 31 países analisados. Trata-se do maior índice desde que o grupo começou a abordar o tema, em 2009.
A proporção em questão também leva em conta jogadores de países da União Europeia, não refere apenas a atletas não-comunitários. E é o Brasil que detém a hegemonia em 2013. Embora esteja passando por uma época de retornos - como Alexandre Pato e Alex -, o país tem 515 jogadores nos clubes analisados, nove a menos do que no relatório do CIES para 2012.O número é quase o dobro do que apresenta o segundo colocado no ranking, a França, que conta com 269 atletas. Em terceiro está a Sérvia, seguida da Argentina que viu seu grupo de atletas diminuir de 239 há quatro anos para 188 agora. sete a mais que a Argentina, em terceiro.
No entanto, a crise teve reflexos: a Grécia, com seu calvário financeiro, registrou êxodo de quase 15% no número de estrangeiros sem sua primeira divisão. Portugal, embora ainda registre um percentual alto de importados (53,8), apresentou o maior número de expatriados desde 2009: 171, 50 a mais que em 2010, por exemplo. A Espanha, que sequer aparecia entre os 10 primeiros do ranking há quatro anos, já conta com o sexto maior número de exportados (148).
Ainda de acordo com o CIES, o Chipre é o país com maior proporção de estrangeiros na sua primeira divisão (74,2%), seguido de Inglaterra e Portugal, com 55,1% e 53,8%, respectivamente. Mas a Premier League inglesa é o principal destino para jogadores atuando em suas seleções: 42,5%. A Alemanha conta com 35,6% e a Rússia, num reflexo da fortalecimento financeiro de sua liga por conta dos investimentos de oligarcas hoje tem 30,1%.
Outro impressionante, no entanto, é o que se refere a um encolhimento histórico da prata da casa nos clubes europeus: de acordo com o CIES, na atual temporada do futebol europeu apenas 21,1% dos jogadores foram formados nos clubes em que jogam. E em casos individuais a proporção ainda é mais baixa: Itália, Portugal e Turquia, por exemplo, têm apenas 10% de atletas da base em seu clubes na primeira divisão.
E o relatório do CIES aponta para uma preferência por atacantes no mercado: 44,3% dos importados atuando nos clubes europeus atualmente são jogadores de frente, com os zagueiros em segundo lugar (38,9%). A menor proporção de estrangeiros é debaixo das traves: goleiros internacionais formam apenas 21% da legião estrangeira.