Neymar! Neymar! Neymar!

O jogo nem bem tinha começado no Morumbi (50 mil torcedores) sob chuva forte e estava claro que o Santos, cansado, iria esperar o São Paulo jogar.
E o São Paulo foi para o jogo, com sede.
Mas Adriano roubou uma bola preciosa no meio de campo, Arouca recebeu, lançou Alan Kardec e Paulo Miranda o derrubou sem necessidade dentro da área.
Neymar bateu com maturidade, uma bomba, para fazer 1 a 0.
O mar estava para Peixe.
Mas o São Paulo não estava para brincadeiras e foi para cima, sem dar trégua.
Era um jogo para Luís Fabiano, mas ele estava suspenso.
Mesmo assim o mesmo Paulo Miranda quase se recupera, ao cabecear uma bola na trave.
Só dava tricolor.
O Santos se fazia de morto, porque quem tem Neymar e Ganso pode se fazer de morto.
E  meia hora depois do pênalti, aos 31, uma saída errada de bola da defesa são-paulina acabou no peito de quem?
De Paulo Henrique Ganso!
Que enfiou com a classe que trouxe do berço paraense, o mesmo de Sócrates e de Giovanni, para botar Neymar na cara do gol. Gol!
2 a 0!
Se não bastasse, em seguida, Neymar tirou Piris para dançar e driblou uma vez, driblou duas vezes, três, levou um tranco grotesco  e o são-paulino foi devidamente amarelado, quando um vermelhinho não ficaria mal.
Leão trocou Jadson, apagado, por Fernandinho e Piris, amarelado, por Rodrigo Caio.
E o tricolor voltou com tudo, mais sedento ainda. Eletrizante!
Em menos de cinco minutos teve duas chances claras de gol, mas, no quinto minuto, Neymar pegou um rebote do goleiro Denis em chute de Kardec e mandou na trave, que era o mais difícil. Incrível!
Que jogo!
Nada estava decidido.
Aos 10, machucado, o goleiro Rafael saiu para entrada de Aranha.
O jogo seguia intenso, emocionante.
Aos 12 o Santos teve seu terceiro gol bem anulado por falta de Edu Dracena em Paulo Miranda e, em seguida, William José, perdeu um gol feito e depois mandou na trave santista, aos 15.
Aos 18 não teve jeito. William José diminuiu em posição de claro impedimento.
Era um time descansado e faminto contra outro esfalfado e acuado.
Aos 20 Aranha buscou no ângulo uma falta cobrada por Cícero com perfeição.
Logo depois Fernandinho reclamou um pênalti que não aconteceu.
Mas seguia só dando o tricolor.
A resistência santista beirava o heroismo.
Fernandinho era, então, quem fazia a diferença.
O São Paulo sobrava fisicamente e ainda trocou, aos 31, Casemiro por Osvaldo.
Mas, no minuto, seguinte, de fora da área, Neymar, o menino genial, chutou com efeito a bola molhada e Denis falhou miseriavelmente para tomar o terceiro gol.
Aos 38, logo depois da entrada de Renteria no lugar de Alan Kardec, Cícero foi expulso por fazer falta em quem?
Em Neymar, é claro.
O talento resolve, o talento decide, o talento encanta e faz história.
E Neymar resolveu, decidiu e segue fazendo história.
Com H maiúsculo.