O São Paulo de hoje é uma grande torcida sem time
Mais de 25 mil pessoas enfrentaram o frio de 9 graus na noite desta quinta-feira para tentar tirar o time do São Paulo do buraco em que ele se encontra. Não foi somente por causa do ingresso barato. Foi uma demonstração de amor pelo clube, de paixão pelo Tricolor. Apesar de estar na zona de rebaixamento, o São Paulo é um dos times com maior média de público do Brasileirão.
O empate com o Atlético-PR, levando sufoco no final, comprovou que o São Paulo não tem time. Seu maior patrimônio, hoje em dia, é a sua gigantesca torcida.
E o pior é constatar que o clube não tem time porque não quer. Basta dar uma olhada nos jogadores que foram recentemente descartados e que foram bem aproveitados em outras equipes. Começa por Jean, que foi para o Fluminense e chegou à seleção brasileira, e termina com Casemiro, titular do Real Madrid, um dos melhores time do mundo na atualidade. Mas tem outros exemplos: Rodolfo (Grêmio), Júnior César e Richarlyson (Atlético-MG), Dagoberto e Borges (Cruzeiro) e Cícero (Santos).
Todos eles teriam vaga nesse time de Paulo Autuori, sem dúvida. Aliás, o próprio Autuori deveria ceder seu lugar para Muricy Ramalho, que praticamente implorou pra voltar, mas Juvenal Juvêncio não deu a mínima.
E se você considerar que o meia Danilo, antes de assinar com o Corinthians, insinuou interesse em voltar para o São Paulo, teremos aí um time quase completo que o São Paulo deixou escapar por falta de visão e de estratégia dos seus dirigentes.
Se continuar tomando decisões equivocadas, vai ser difícil escapar da degola.