Torcida vaia e constrange Dilma na abertura da Copa das Confederações
Gustavo Franceschini, Luiz Paulo Montes, Paulo Passos e Ricardo Perrone
Do UOL, em Brasília
Do UOL, em Brasília
Dilma (no centro) discursa na abertura da Copa das Confederações ao lado de Joseph Blatter
"Por favor, onde está o fair play de vocês", disse o cartola, visivelmente constrangido com a situação. Dilma, por sua vez, foi sucinta e ignorou os protestos. "Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações 2013", disse ela, atropelando as vaias.
O momento embaraçoso repete uma outra história polêmica do país em grandes competições. Em 2007, na cerimônia que abriu o Pan do Rio de Janeiro, Lula estava no Maracanã e foi vaiado em todas as vezes que apareceu no estádio ou foi citado. Até por isso, ele quebrou o protocolo e não fez o pronunciamento tradicional de abertura
"Na minha vida política, a vaia e o aplauso são dois momentos de reação do ser humano. A única coisa que eu, particularmente, fico triste é que eu fui preparado para uma festa. É como se eu fosse convidado para o aniversário de um amigo meu, chegasse lá e encontrasse um grupo de pessoas que não queria a minha presença lá", afirmou Lula após o episódio, no programa "Café com o Presidente".
A vaia só aumenta o clima tenso que cerca a abertura da Copa das Confederações. Durante todo o sábado, centenas de manifestantes protestaram nas cercanias do estádio contra os gastos com a competição.
Dilma e Blatter estão no camarote do Mané Garrincha. Perto deles está o desafeto de Dilma, José Maria Marin, presidente da CBF, mantido afastado pela presidente por conta de seu passado ligado à ditadura.
Neste sábado, no entanto, ela não pôde fugir de Marin. Ricardo Stuckert, fotógrafo oficial da CBF e que já trabalhou com Lula, conseguiu tirar uma foto em que Dilma aparece junto com o cartola, feito significativo para quem precisa comprovar força política de olho na eleição da CBF no ano que vem.