Treinador do Grêmio entendeu que a eliminação foi injustiça por causa de dois gols mal anulados          


Luxemburgo vê eliminação do Grêmio como algo natural na formação do time

Técnico afirma que a maioria das grandes equipes sofreu dificuldades em algum momento

 
Luxemburgo vê eliminação do Grêmio como algo natural na formação do time Porthus Junior/Agencia RBS
Vanderlei Luxemburgo estava decepcionado no vestiário após a derrota para o Juventude, nos pênaltis. Mas o técnico viu a eliminação no Gauchão como algo natural no processo de formação de uma equipe forte. Citou exemplos próprios, como quando treinou o Corinthians, em 1998, e o Cruzeiro, em 2003, e, inclusive, do rival Inter, que nos primeiros anos da gestão Fernando Carvalho teve dificuldades. Luxemburgo ainda enalteceu a campanha do Juventude, mas achou que o Grêmio foi injustiçado pela anulação de dois gols na partida.
— Só vejo como injustiça (a eliminação) porque nós tivemos dois gols legais anulados numa partida decisiva. Mas o Juventude vem fazendo uma campanha muito boa e merece a classificação. Hoje, talvez tenha sido um dos melhores jogos nosso. Temos de ficar chateados, mas precisamos continuar trabalhando porque tem coisa boa reservada para nós, tenho certeza — disse Luxemburgo.
O treinador gremista não teme que seu trabalho seja interrompido após a desclassificação no Campeonato Gaúcho. E ressaltou que a prioridade do Grêmio nesta temporada é a Libertadores, pela qual enfrenta o Independiente Santa Fe, na Arena, quarta-feira, na partida de ida das oitavas de final.
— No futebol se vive momentos complicados. Na história dos grandes times se vive momentos difíceis durante a sua formação. A gente está conversando internamente e sabemos dos objetivos do doutor Fábio (Fábio Koff, presidente do Grêmio). Na minha passagem pelo Coritnhians, em 1998, eu perdi cinco jogos seguidos. São momentos complicados, mas a firmeza e a certeza no que se está fazendo me dá tranquilidade. Eu tenho certeza de que o Grêmio vai fazer uma temporada muito boa. Claro que o Gaúcho é importante, pela rivalidade, mas a nossa prioridade é quarta-feira – afirmou o técnico.
Em relação as reclamações da torcida, que saiu do Alfredo Jaconi reclamando do técnico, Luxemburgo tratou com naturalidade e disse que a pressão em um time grande como o Grêmio sempre vai ocorrer. Mas mandou um recado otimista para os gremistas:
— O torcedor precisa saber da importância desse jogo na quarta-feira para lotar a Arena. A partir desse jogo nós vamos ter muito tempo para preparar essa equipe. O Grêmio esse ano entra no Brasileiro e na Copa do Brasil para brigar pelo título. Por isso sacrificamos o time no Gauchão, para que pudéssemos avançar. O retorno realmente vai chegar mais na frente. Agora temos um caminho bem desenhado. Posso falar para o torcedor: o Grêmio é candidato a ganhar título esse ano.
Veja outras declarações de Luxemburgo:
Escalação de Fábio Aurélio:
"Eu queria ver o desempenho do Fábio Aurélio porque nós temos de tomar uma decisão amanhã em relação a inscrição na Libertadores. O Biteco eu já sei que pode render naquele lado. Foi importante também porque ele (Fábio Aurélio) não jogava há muito tempo. O Alex (Alex Telles) eu já vi jogar com o André naquele lado. Era para poder ver o que se vai fazer na sequência."

Dida, de novo (também não defendeu contra o São Luiz), não pegar pênalti:
"O Dida não foi contratado por causa disso, foi contratado pela qualidade dele, pelo o que ele é. Se ele não tivesse feito uma defesa brilhante (em chute de Adaílton, no segundo tempo), talvez nem tivesse os pênaltis."

Exemplos:
"O Cruzeiro foi campeão em 2003 depois de um 2002 com muita turbulência. O Corinthians de 1998 perdeu cinco jogos seguidos quando eu cheguei. No Palmeiras, a torcida Mancha Verde queria me tirar com um mês de trabalho. O nosso rival mesmo passou por momentos difíceis no início da gestão do Fernando Carvalho."

O motivo de uma única alteração:
"Porque eu tenho um jogo na quarta-feira, deixei o Zé (Zé Roberto) com o Marco Antonio, o Vargas com o Barcos, deixei o time encorpando para quarta-feira. Entrou o Marco Antonio e o time deu uma crescida, inclusive."

Convicção em um futuro próspero:
"Ninguém gosta de sair precocemente. Mas isso poderia acontecer e você precisa saber o que tem na frente. Quando colocamos o time reserva, muitas vezes com os juniores, sabíamos que isso poderia acontecer. Mas estamos com a cabeça tranquila e com a certeza de que o Grêmio pode seguir forte e bem."