Corintianos estão presos em Oruro, na Bolívia, há quase dois meses

Advogada de defesa diz que governo brasileiro abandonou corintianos presos em Oruro

    
Corintianos estão presos em Oruro, na Bolívia, há quase dois meses
A defesa dos 12 corintianos presos em Oruro afirma que o governo brasileiro abandonou os torcedores à mercê da justiça boliviana. Em entrevista ao UOL Esporte, a advogada Maristela Basso, contratada pela Gaviões da Fiel para defender os brasileiros, afirmou que o consulado não disponibilizou sequer um tradutor a eles. Portanto, eles estariam até mesmo assinando papeis sem entender o que está escrito.
“Sinto-me completamente isolada neste caso. Não temos nenhuma colaboração. É preciso que o governo se explique. Esses rapazes caíram em uma armadilha, literalmente. Eles foram convidados a ir à delegacia após o jogo, para colaborar. Foram escolhidos ao acaso e foram voluntariamente. Ao chegar, foram presos preventivamente. Foi um flagrante forçado”, explicouUma inspeção no estádio marcada para esta quarta-feira chegou a ser cancelada a pedido das autoridades brasileiras, segundo a advogada. No entanto, ela conseguiu reverter a decisão e a inspeção ocorrerá amanhã. “Foi cancelada a pedido da Embaixada Brasileira em La Paz. Quando questionamos, disseram que estavam apenas cumprindo ordens do governo brasileiro. Tivemos que correr para reverter”, afirmou.
De acordo com Maristela, a inspeção é fundamental para que a defesa possa sustentar sua tese de que o sinalizador que atingiu o Kevin Beltrán não é o mesmo que aparece sendo disparado pelos torcedores do Corinthians nas imagens da televisão. “A inspeção é para recuperarmos as cenas antes e durante os disparos. Saber exatamente onde estavam os brasileiros. Os laudos apontam que o disparo veio de outra direção”, sustentou.
Um dos sócios de Maristela está morando provisoriamente em Oruro para cuidar dos brasileiros detidos e só deixará a cidade boliviana quando o caso for solucionado definitivamente