Falta de informações nos gastos da Copa dificulta análise atualizada
Falta de informações nos gastos da Copa dificulta análise atualizada

O custo dos estádios para a Copa 2014, estimados em R$ 2 bilhões quando da candidatura brasileira, em 2007, saltaram para R$ 7,1 bilhões, aumento de 250%, segundo dados do Ministério do Esporte. Já na conta da Controladoria Geral da União (CGU) o custo é de quase R$ 7,3 bilhões.
Esse aumento nas despesas das obras dos estádios torna-se mais significativo se considerarmos que, no dossiê de candidatura, o Brasil apresentou projeto de obras para 18 cidades que concorriam às sedes do Mundial de Futebol. Ou seja, a previsão era de R$ 2 bilhões para 18 frentes de trabalho.
As informações, do deputado Romário (PSB/RJ), constam de um minucioso balanço que ele assina com Alexandre Sidnei Guimarães, consultor legislativo do Senado Federal, um ano depois de ter divulgado o primeiro documento sobre o mesmo assunto, com base em informações do terceiro e quarto balanços do Ministério do Esporte.
Porém, devido à falta de informações atualizadas e limitada transparência nos gastos públicos, as análises são referentes a dezembro de 2012, o que não invalida observar os avanços e recuos das finanças nos preparativos para a Copa do Mundo.
Mobilidade - Já nos serviços de mobilidade urbana, das 53 obras previstas para a Copa 2014, seis foram retiradas da matriz de responsabilidade, reduzindo os investimentos em R$ 8,9 bilhões.
"Isso quer dizer que são legados a menos para as populações de Brasília, Curitiba, Manaus, Natal e São Paulo, locais prejudicados pela medida", afirmou Romário.
Inicialmente, observou-se um aumento no número de obras de mobilidade urbana, passando de 50 para 53 frentes de trabalho. Depois, a redução de seis projetos leva acreditar que houve economia nos investimentos das obras de mobilidade urbana
"Mas isso é um erro, disse Romário”. E explicou: “Na verdade, a diminuição do valor de investimentos em mobilidade urbana decorre justamente da retirada de importantes obras da matriz de responsabilidade, como o Corredor Metropolitano, em Curitiba, a construção do monotrilho (Linha 17 Ouro), em São Paulo e o VLT de Brasília", explicou o deputado carioca.
O relatório é complementado com informações e análises referentes às frentes de trabalho nos aeroportos das cidades-sedes, investimentos na área de turismo, telecomunicações e tecnologia de informação, projetos de energia e promoções para projetar o Brasil como país competitivo e inovador.
Acompanhando as obras para a Copa do Mundo desde o lançamento da primeira edição da matriz de responsabilidade, Alexandre Guimarães reforçou o alerta do deputado Romário: “Continuamos a enfrentar a falta de informações atualizadas e, nas existentes, há falta de precisão nos valores investidos.”