De Vitor Birner

                                        Atlético, se estiver inspirado, ‘C.A.M.’
Se…
Se o Atlético repetir o futebol da fase de grupos da Libertadores, hoje seu time e torcida certamente irão comemorar a sensacional conquista do título mais almejado do continente.
Gerações de atleticanos vão falar com orgulho e felicidade sobre as goleadas e grandes apresentações contra Arsenal e São Paulo, e também das classificações épicas no mata-mata diante de Tijuana e Newell´s Old Boys, ambas sob as bençãos de São Victor do Horto.
Por outro lado, se a equipe repetir no Mineirão o desempenho dos últimos jogos no torneio, a chance de vencer continuará existindo, mas cairá bastante.
A derrota transformará a história, apesar dos seus capítulos já terem sido escritos.
Vão falar no azar de Cuca, que só merece aplausos pelo trabalho, na obrigação de não atuar no Horto, fato realmente prejudicial ao time…
A conclusão de várias pessoas sobre a campanha que começou com futebol de altíssimo nível e tem sido de qualidade de jogo boa dentro de casa e ruim fora dela, terá como base o placar do confronto final.
Não tenho a menor ideia de quem será o campeão.
O Olimpia mostra futebol superior, por exemplo, ao do Boca Juniors, derrotado ano passado pelo Corinthians, além de ser bem melhor que o Peñarol, vice-campeão há duas temporadas diante do Santos.
Os paraguaios, se não fizerem sua pior apresentação na Libertadores, vão dar trabalho.
A parte psicológica entrará em campo com mais força que de costume.
A qualidade da arbitragem de Wilmar Roldan muitas vezes não é boa.
O texto abaixo é a reprodução de minha coluna de sábado no Lance.
Falei um pouco do repetitivo e furado ufanismo de alguns, expliquei a situação do jogo e dei um palpite, que não passa de um chute de olhos fechados para o lado em que eu estava virado, sem a menor convicção.
Atlético inspirado ‘C.A.M.’
Dons paranormais de conhecer times que nunca viu? Discurso ufanista para agradar os torcedores? Dificuldade de compreender o andamento dos jogos? Preguiça de pesquisar nos abençoados Google e Youtube? Ou simplesmente cara de pau?
Você que ouviu por aí a frase “Atlético e Newell’s Old Boys será a final antecipada da Libertadores” encontrará nas minhas dúvidas a razão de alguém ter afirmado isso.
Dentro de campo, a explicação não existe.
O Olimpia terminou em primeiro no grupo 7. Ficou quatro pontos à frente do adversário atleticano na semifinal, de quem perdeu por 3×1 em Rosário e ganhou de 4×1 no Defensores del Chaco.
No mata-mata, os paraguaios eliminaram o forte Fluminense e o perigoso Independiente Santa Fe, algoz do Grêmio.
Mereciam respeito pela sua história e campanha consistente.
O Galo, mais técnico, talentoso, bonito de ser ver jogar e favorito, sabia disso antes da quarta-feira e entendeu, na prática, durante os noventa minutos.
A derrota por 2×0 aconteceu como a de cinco dos seis times que visitaram o tricampeão continental.
Os comandados de Ever Almeida não correram riscos atrás, trocaram passes de lado, e mostraram paciência até balançarem a rede.
A proposta de jogo olimpista é diferente da utilizada por São Paulo, Tijuana e ‘leprosos’, eliminados pelo Atlético nos confrontos diretos.
Os três apostaram na velocidade e insistiram nos lances, pelos lados, em direção ao gol.
O ‘Decano’ tentará deixar o confronto mais lento no Mineirão.
Possui entrosamento e atletas experientes para crer no sucesso em BH.
O Atlético precisará repetir o excelente futebol da primeira fase.
Pode até golear caso consiga reeditar seus melhores momentos, o que vai depender também da individualidade de Jô, Bernard, Tardelli e Ronaldinho.
Como será o desfecho da Libertadores?
Sei lá!
Está com cara de vitória do Galo por dois gols de diferença.
E nos pênaltis….