Arena Joinville pós-guerra: marcas de sangue, grades quebradas e sonho de ser CT da Copa-2014 abalado
Enquanto as autoridades continuam o jogo de empurra de responsabilidades sobre a briga de torcedores na partida entre Atlético-PR e Vasco, no último domingo, a cidade de Joinville sofre as...


Local das arquibancadas onde torcedores de Atlético-PR e Vasco brigaram no domingo (© Tiago Leme/ESPN)
Local das arquibancadas onde torcedores de Atlético-PR e Vasco brigaram no domingo
Marcas de sangue ficaram nas arquibancadas após brigaEnquanto as autoridades continuam o jogo de empurra de responsabilidades sobre a briga de torcedores na partida entre Atlético-PR e Vasco, no último domingo, a cidade de Joinville sofre as consequências das barbárie acontecida durante um jogo de futebol do Campeonato Brasileiro. O ESPN.com.br visitou o estádio no dia seguinte do ocorrido e o cenário "pós-guerra" mostrava resquícios da batalha: marcas de sangue nas arquibancadas e grades quebradas.

Marcas de sangue ficaram nas arquibancadas após briga
Funcionários consertam grade quebrada pelos torcedores
Funcionários consertam grade quebrada pelos torcedores
Com a imagem arranhada por causa da falta de segurança na partida, Joinville ainda vê o sonho de ser uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 abalado. A cidade é uma das pré-aprovadas e disputa com a capital Florianópolis para ser uma das representantes de Santa Catarina no Mundial do Brasil e receber alguma seleção que jogará em Curitiba, que fica a cerca de 130 quilômetros de distância. Rússia, Equador, Irã e Argélia eram as principais opções, e a Arena Joinville seria usada como centro de treinamento.
Para isso, o estádio seria modernizado e receberia ajustes. A previsão é que no primeiro semestre do ano que vem cadeiras sejam instaladas em todos os 18 mil lugares existentes hoje. Apesar disso, o responsável pela administração da arena, Fernando Krelling, que é diretor-presidente da Fundação de Esportes, Lazer e Eventos de Joinville (Felej), mostrou desânimo com a possibilidade.
"Ainda não chegamos a conversar com nenhuma das seleções, estávamos esperando o sorteio dos grupos para saber qual equipe jogaria em Curitiba. O contato é feito através do COL (Comitê Organizador Local). Mas, infelizmente, os acontecimentos deste domingo não foram bons para a imagem da cidade, isso atrapalha. Vamos melhorar o estádio, instalar assentos, mas sabemos que temos a forte concorrência de Florianópolis no Estado", explicou Fernando Krelling.
As imagens violentas da pancadaria entre torcedores atleticanos e vascaínos rodaram o mundo. O administrador da Arena Joinville explicou que o Atlético-PR assinou um contrato e tinha a obrigação de providenciar a segurança adequada no jogo. Ele explica que o conflito ainda poderia ter sido evitado se uma carga maior de ingressos do que a inicial não tivesse sido colocada à disposição da torcida do Vasco.
"Nós temos uma área destinada à torcida visitante com capacidade para 1.700 pessoas, e ela é separada por duas grades do outro setor. Mas o Atlético-PR sabia que viriam muitos torcedores do Vasco, e decidiu colocar mais 2 mil ingressos à disposição deles. Desta forma, uma área maior teve que ser ocupada pelos vascaínos e, com isso, não tinha grade para separá-los dos atleticanos. Era apenas cordas e poucos seguranças privados fazendo o cordão de isolamento. Mas este procedimento foi vistoriado e aprovado pela Polícia Militar", afirmou Fernando Krelling.
Além do abalo no sonho de ser subsede da Copa de 2014, Joinville teme que a arena seja interditada a pedido do Ministério Público por causa da confusão de domingo. No próximo ano, Vasco e Fluminense jogariam na cidade pela Série B do Cameponato Brasileiro, contra o Joinville Esporte Clube.