Outra realidade: conheça o Remo, adversário do Inter na Copa do Brasil

Clube paraense eliminou o Inter da competição no longínquo 2003

 
 
Outra realidade: conheça o Remo, adversário do Inter na Copa do Brasil Paulo Akira Onuma Filho/ Divulgação/
                            Disputa de bola em jogo entre Remo x Nacional          
Na primeira partida da Copa do Brasil, Inter reencontra o Remo _ que eliminou o time gaúcho da competição em 2003. Clube paraense está fora do Campeonato Brasileiro desde 2011 e sua folha de pagamento é menor do que o salário de alguns jogadores colorados
Já vai longe aquele março de 2003, quando um Inter sem os títulos atuais foi eliminado pelo Remo, na segunda fase da Copa do Brasil. Naquela noite, o Beira-Rio reviveu o histórico Portão 8, o muro das lamentações coloradas.
Clemer já era o goleiro e nem mesmo os novatos talentosos Nilmar, Daniel Carvalho e Cleiton Xavier conseguiram fazer mais do que os insuficientes 2 a 1 sobre os paraenses. Muricy Ramalho viu o seu time eliminado ainda cedo do torneio, para a equipe do ex-gremista Zé Afonso.
Onze anos depois, o agora campeão mundial Inter volta a encontrar o Remo, no Mangueirão — o mesmo estádio onde, em 2002, contra o Paysandu, o clube gaúcho quase perdeu a sua alma. No dia 12 de março, desta vez, pela primeira fase da Copa do Brasil, Remo e Inter reeditam aquele jogo.
E, hoje, estão ainda mais distantes. A folha do Remo não paga o salário de D'Alessandro. Os R$ 550 mil investidos na equipe, formada por jovens da base e por veteranos, como a maioria dos clubes brasileiros, chega a ser uma exorbitância para os padrões do futebol paraense. Mas nada que assegure a classificação colorada.
— Nosso investimento é alto para jogar o Estadual. Mas o clube precisa de uma taça, não ganha nada desde 2008 e a torcida está cobrando demais. Conquistamos o primeiro turno e já estamos na final. Há grande otimismo para a temporada — diz o técnico Charles Guerreiro, 50 anos, ex-volante do Flamengo e cuja carreira foi encerrada no Remo.
Guerreiro assumiu o Remo 10 meses atrás. Já havia passado o Campeonato Paraense e, como o clube não estava classificado sequer para a Série D nacional, remontou o time e disputou amistosos durantes seis longos meses.
— Conseguimos montar um bom time, com velocidade e muita marcação. Temos dois garotos muito bons: Alex Ruan (lateral-esquerdo) e Jhonnatan (meia). É claro que queremos seguir adiante na Copa do Brasil, mas teremos um gigante pela frente — comentou o treinador do Remo.
Entre os sonhos possíveis para o Remo estão seguir na Copa do Brasil, a vaga para a Copa Sul-Americana 2015, via Copa Verde (torneio que reúne times do Norte, com os do Centro-Oeste e do Espírito Santo), e o título estadual — que levaria o clube à Série D. Três dias antes de receber o Inter, a equipe jogará em Manaus, definindo o mata-mata das quartas de final da Copa Verde com o Nacional. A tendência é poupar alguns titulares.
— Temos grupo para preservar alguns atletas. Vamos poupar metade do time em Manaus para jogar contra o Inter. Teremos 40 mil torcedores no Mangueirão. Repetir 2003 é complicado, mas, se tivermos uma chance para vencer o Inter, essa oportunidade é jogando em casa — afirmou Charles Guerreiro.
Se o técnico do Remo se mostra cauteloso quanto ao embate com a turma de Abel Braga, o presidente do clube, o vereador José Wilson Costa Araújo, o Zeca Pirão, é mais enfático quanto ao primeiro jogo em casa:
— Temos um time competitivo, dinâmico e, pode ter certeza, que jogaremos em cima do Inter, não vamos ficar recuados. Queremos avançar na Copa do Brasil e entrar na Série D, já que hoje estamos sem Série.